Olá, sou Dr. Yuri, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço. Hoje, gostaria de abordar um tema crucial para muitas pessoas que enfrentam problemas de saúde relacionados à tireoide: a cirurgia de tireoide. Este tratamento pode ser determinante para garantir a qualidade de vida e a saúde geral dos pacientes. Vamos explorar desde os fundamentos sobre quando e por que considerar esta cirurgia, até os detalhes sobre o procedimento e o que esperar no pós-operatório.
Sou Dr. Yuri Goersch, cirurgião de cabeça e pescoço, em Passo Fundo/RS, e sou especialista no diagnóstico e tratamento de doenças da glândula tireoide.
Atendo no meu consultório particular em Passo Fundo, e sou membro do corpo clínico do Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF) e Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
Os cirurgiões de cabeça e pescoço são especialistas em doenças da tireoide, juntamente com os endocrinologistas. Destaco que a tireoide é um dos órgãos principais que tratamos e que as cirurgias de tireoide são as cirurgias mais realizadas por nós, principalmente em casos suspeitos ou confirmados de câncer de tireoide.
Sou formado em cirurgia de cabeça e pescoço por um dos principais serviços de formação na especialidade do Brasil, o Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde aprendi com profissionais de renome internacional e adquiri experiência prática para tratar as doenças da tireoide conforme o que tem de mais atual no conhecimento médico.
Se você foi diagnosticado ou tem uma suspeita de nódulo ou câncer de tireoide e está preocupado com isso, venha se consultar comigo para avaliarmos seu caso de maneira individualizada e decidirmos juntos qual a melhor estratégia para seu tratamento, pode ser que você precise de uma cirurgia para tratamento do seu caso.
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na base do pescoço, responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo, a temperatura corporal, o ritmo cardíaco e o crescimento. Problemas na tireoide podem afetar significativamente o bem-estar geral, levando a sintomas que vão desde ganho de peso e fadiga até depressão e problemas cardíacos.
Baseando-me em diretrizes de tratamento e em métodos comprovados na prática clínica, busco garantir que cada paciente receba uma abordagem personalizada e eficaz.
Determinar se a cirurgia é necessária envolve uma cuidadosa avaliação clínica:
- Nódulos Tireoidianos Suspeitos ou Malignos: Nódulos que demonstram características preocupantes através de exames de imagem ou biópsia são candidatos à remoção cirúrgica. Na minha experiência, a remoção precoce desses nódulos é essencial para prevenir complicações e garantir a saúde a longo prazo.
- Hipertireoidismo: Quando não respondem adequadamente a medicamentos ou há efeitos colaterais intoleráveis, a cirurgia pode se tornar a opção mais segura e eficiente.
- Bócio que Causa Compressão: Aumento da tireoide que resulta em compressão de estruturas do pescoço deve ser tratado cirurgicamente, especialmente se houver dificuldade para respirar ou engolir; e casos que o nódulo esteja crescendo para o espaço que chamamos de mediastino, ou seja, que extrapola os limites inferiores do pescoço e começa a crescer para o tórax.
- Preferência do Paciente e Planejamento de Saúde a Longo Prazo: Algumas pessoas optam pela cirurgia para evitar tratamentos contínuos ou exames frequentes, escolhendo uma solução definitiva e segura. Além disso, a cirurgia pode ser indicada por questões estéticas caso o paciente sinta-se incomodado por conta de um nódulo de tireoide visível que esteja lhe causando algum constrangimento.
Antes da cirurgia, o planejamento detalhado é essencial. Asseguro que cada paciente esteja bem informado e preparado:
Exames Diagnósticos Cuidadosos: Incluem exames de sangue para avaliar a função tireoidiana, ultrassonografia de alta resolução e, se necessário, exames de imagem avançados.
Além disso, solicito exames pré-operatórios de acordo com o paciente, levando em consideração a idade, sexo, outras comorbidades. É importante também realizar uma avaliação pré-anestésica, que é realizada com um anestesiologista da equipe que trabalho em conjunto. Essa avaliação é importante para o paciente conhecer a equipe anestésica e tirar dúvidas em relação à anestesia. Nesse encontro o anestesiologista determinará também se o paciente precisará de mais alguma avaliação de outro médico especialista para identificar ou compensar alguma outra doença que o paciente apresente que pode comprometer o procedimento cirúrgico ou a recuperação desse paciente com segurança.
Discussão Individualizada: Discutimos os detalhes do procedimento, abordamos suas preocupações e explicamos cada passo para eliminar incertezas.
Minha abordagem é garantir que você se sinta à vontade, educado sobre o que esperar e confiante de que está em boas mãos.
A cirurgia de tireoide, realizada sob anestesia geral, pode ser parcial ou total, dependendo da avaliação clínica:
- Tireoidectomia Total: Utilizada quando envolvimento maligno é confirmado ou quando a doença afeta toda a glândula. Removê-la integralmente garante que toda a função tireoidiana seja suprimida, por conta disso, o paciente após essa cirurgia precisará repor o hormônio de tireoide (medicamento chamado levotiroxina), por toda a vida.
- Tireoidectomia parcial – Lobectomia: Remoção de apenas metade da glândula, é adequada em casos de nódulos benignos ou doença maligna unilateral, para casos selecionados. O principal beneficio dessa modalidade de tratamento é a preservação de metade da tireoide e com isso, pode ser que o paciente não precise repor o hormonio da tireoide, pois a metade preservada da tireoide pode ser suficiente para a produção de hormonio tireoidiano necessária para as funções vitais do organismo.
Durante a cirurgia, meu foco é na precisão e segurança. Utilizo técnicas bem estabelecidas e seguras para preservar os nervos responsáveis pela função vocal e as paratireoides, órgãos pequenos, porém fundamentais para o equilíbrio do cálcio no organismo.
A recuperação de uma cirurgia de tireoide é geralmente rápida, mas o cuidado pós-cirúrgico é vital:
- Internação Curta: A maioria dos pacientes fica no hospital por uma ou duas noites, garantindo que não haja complicações imediatas. Ficamos observando atentamente sinais da hipocalcemia (formigamentos ou câimbras), e sinais de algum sangramento anormal.
- Monitoramento Hormonal: Após a tireoidectomia total, a substituição hormonal com levotiroxina começa normalmente ainda no hospital. Para muitos, este ajuste rapidamente restaura o equilíbrio energético e metabólico.
- Cuidados com a Incisão: Ensinar o cuidado adequado da incisão é crucial para evitar infecções e garantir uma cicatrização estética. Um cuidado fundamental após a cirurgia para uma melhor cicatrização é evitar a exposição solar e utilizar filtro solar ou cobrir a incisão caso necessite se expor ao sol.
Embora a cirurgia de tireoide geralmente seja segura, há riscos que devem ser considerados:
- Alterações na Voz: Lesão do nervo laríngeo pode causar alterações vocais, a principal alteração é a rouquidão que pode ser temporária, na maioria dos casos ou definitiva, sendo uma complicação pouco frequente. Em casos mais raros ainda, pode acontecer lesão dos nervos laríngeos bilateralmente e o paciente não conseguir mais falar e/ou apresentar dificuldades para respirar, podendo ate precisar de uma traqueostomia definitiva para conseguir respirar. Quando realizada por um cirurgião especialista com experiencia nessa cirurgia, o risco de lesão permanente de um lado do nervo é de 1-3% das cirurgias, e o risco de lesão permamente bilateral é de menos de 0,1%. Eu utilizo técnicas meticulosas para monitorar e proteger esses nervos, reduzindo o risco ao mínimo.
- Hipocalcemia: Pode ocorrer se as paratireoides forem afetadas, quando acontece, costuma também ser uma alteração temporária, mas pode ser permanente em poucos casos. Em uma tireoidectomia total, o risco de desenvolver hipoparatireoidismo transitório pode variar de 10% a 30%. Enquanto que o hipoparatireoidismo permanente, no entanto, ocorre em uma taxa mais baixa, geralmente entre 1% e 3% nos casos tratados por cirurgiões experientes. O risco de hipoparatireoidismo em tireoidectomias parciais, onde apenas um lobo da tireoide é removido, é significativamente menor. A incidência deste tipo de complicação é rara porque, idealmente, ao menos algumas das glândulas paratireoides permanecem previamente não manipuladas ou inalteradas, garantindo função paratireoidiana suficiente. O risco de hipoparatireoidismo permanente é praticamente inexistente neste cenário. Em meus pacientes, monitoro de perto os sinais de hipocalcemia no pós-operatório e administro suplemento de cálcio quando necessário.
Minha abordagem cuidadosa e experiência me permitem abordar essas complicações de forma proativa, garantindo o melhor resultado possível para cada paciente. Pela possibilidade dessas complicações, é importante realizar essas cirurgias com um cirurgião especialista na área, pois são profissionais mais cuidadosos e com mais experiencia em casos mais desafiadores e em manejar essas complicações, caso elas ocorram.
Ao longo da minha carreira, aprendi que cada paciente é único e merece uma abordagem cuidadosa e personalizada. Meu objetivo é não apenas assegurar que você receba o melhor tratamento possível, mas que cada interação no consultório se traduza em confiança e compreensão.
Se você enfrenta problemas tireoidianos e está considerando cirurgia, convido você a agendar uma consulta. Avaliaremos suas necessidades específicas, esclareceremos suas dúvidas e traçaremos um plano de ação que lhe proporcione segurança e tranquilidade. Meu compromisso é com sua saúde e bem-estar, e estou aqui para ajudá-lo a cada passo da jornada.
Para mais informações e dicas sobre saúde da tireoide, siga-me aqui e em minhas redes sociais. Estou ansioso para ajudá-lo a alcançar uma vida mais saudável e plena.
Referências:
American Thyroid Association (ATA). “Management Guidelines for Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer.” Thyroid, 26(1): 1-133, 2015. Disponível em: www.thyroid.org
Endocrine Society. Clinical Practice Guidelines for Thyroid Disorders. Disponível em: www.endocrine.org
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